Quero nesse espaço, descrever meu cotidiano, minhas vivências de sala de aula e minhas emoções. Tudo o que ensino e tudo o que aprendo, minhas dúvidas e anseios e minhas realizações.
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Construção de identidade e a conquista de autonomia
A Educação Infantil deve ser um espaço que permita a exploração da realidade da criança, o professor deve estar atento em promover atividades que colaborem no desenvolvimento da curiosidade e o interesse pela interpretação dos fenômenos que ocorrem no meio escolar.
Experimentar e descobrir são maneiras ricas e prazerosas de aprender e agir sobre sua realidade, o professor precisa proporcionar ao seu aluno situações lúdicas e desafiadoras, que possam gerar a necessidade de resolver um problema efetivo do cotidiano.
A turminha do maternal reclamava todos os dias do sol que atrapalhava na sala, antes não tínhamos esse problema, pois a nossa sala é cercada por inúmeras árvores, com a mudança climática, as folhas caíram e facilitaram a entrada do sol. O que fazer?
Várias alternativas apareceram: colocar cortina, mudar a mesa, colocar o armário na frente da janela etc., o que realmente o maternal poderia fazer?
Alguém achou uma caixa de papelão que estava atrás do armário e sugeriu que colocasse na frente da janela, e não é que resolveu o problema! Para ficar mais bonito, resolvemos pintar. Essa atividade foi prazerosa e gratificante, houve o envolvimento de todos.
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Novidade do dia: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS.....
A contação de histórias propicia o desenvolvimento do pensamento e personalidade dos alunos. A literatura infantil é um processo desafiador e motivador, ajuda os alunos a serem mais responsáveis e críticos. Essa é uma das funções da escola: desenvolver na criança o hábito pela leitura.
Contar histórias provoca na criança prazer, amor à beleza, imaginação, poder de observação, amplia as experiências, gosto pelo artístico, a estabelecer ligação entre fantasia e realidade.
As histórias enriquecem a experiência, a capacidade de dar sequencia lógica aos fatos, sentido da ordem, esclarecimento do pensamento, a atenção, gosto literário, ampliação do vocabulário, o estimulo e interesse pela leitura.
Hoje, aconteceu na EMEI. uma contação de história bem especial, tivemos a visita de um contador, que deliciosamente nos proporcionou momentos de entreterimento. A história se chamava Henry, o menino preguiçoso. Foi usado objetos do cotidiano, como: chapéu, roupas, leques, tesouras etc. As crianças amaram...
Os pais foram convidados, da turma do maternal observei a presença da mãe da Julia, do Roniel, do Thiago, do Davi, a avó do José Miguel, o avô do Nicolas, a avó da Moniky.
Os cantos das atividades
“NOS HABITUAMOS TODOS DE TAL FORMA A COMANDAR AS CRIANÇAS E A EXIGIR DELAS UMA OBEDIÊNCIA PASSIVA QUE NÃO PENSAMOS NA POSSIBILIDADE DE HAVER UMA OUTRA SOLUÇÃO PARA A EDUCAÇÃO QUE NÃO SEJA A FÓRMULA AUTORITÁRIA[•••]”.
Célestin FREINET
O espaço da sala de aula é dividido em cantos de trabalho para atividades específicas. Alguns cantos comportam apenas algumas atividades, outros podem variar, mas todos eles comportam um número reduzido de alunos. Em cada canto há uma mesa ou bancada e o material necessário fica organizado e ao alcance dos alunos. Em cada canto o material necessário para realização de atividades encontra-se disposto de forma que a criança possa utilizá-lo e guardá-lo sem a ajuda do professor.
O sucesso desta organização espacial e lógica das atividades nas salas de aula nos indica que as diferentes atividades podem e devem ser propostas simultaneamente a pequenos grupos dentro de uma mesma turma.
domingo, 11 de agosto de 2013
Dia dos Pais, comemorar ou não???????
Um pouquinho de nós...
Nossa semana foi intensa, trabalhamos bastante. Desenhamos, recortamos, colamos, fizemos o painel para tirar as fotos do papai, brincamos na quadra, na casinha, no parque.
Trabalhar o assunto da semana: “Pais” foi interessante, porém difícil, foi preciso muito cuidado ao abordar esse tema na turma, as famílias têm sofrido mudanças ao longo dos tempos e a ilusão de famílias modelo não existem mais, fiz uma pesquisa na sala e observei o perfil familiar de cada criança. Quase a metade dos alunos possuem algum desajuste familiar (pais separados, alguns não se relacionam com seus pais, nem mesmo conhece) e a outra metade possuem pais presentes e participativos. Me questionei muito sobre o tema: Por que comemorar o dia dos Pais? Não consegui chegar a um consenso, porém tenho certo que além do biológico existe o afetivo, cada pai deixa marcas diferentes em seus filhos, aproveitei essa data comemorativa para dar oportunidade para as crianças dizerem o que pensam dos seus pais.
Uma das atividades mais prazerosas da turma e o desenho.
O desenho infantil tem papel fundamental na formação do conhecimento e deve ser valorizado desde o início da vida da criança, o professor deve considerar a bagagem que seu aluno trás de casa, assim como seu cotidiano.
O ato de desenhar é um fator essencial no processo do desenvolvimento da linguagem, pois registra a evolução da criança, ao desenhar ela desenvolve a auto-expressão e se relaciona de forma afetiva com o mundo, opinando, criticando, sugerindo, através da utilização das cores, formas, tamanhos, símbolos, entre outros.
O universo infantil precisa ser estimulado, desafiado, confrontado de forma que venha enriquecer as próprias experiências da criança.
Valorizando a arte, ou seja, o desenho na escola, o professor estará levando o aluno a se interessar pelas produções que são realizadas por ele mesmo e por seus colegas, bem como por diversas obras consideradas artísticas a nível regional, nacional e internacional.
Meus amores desenhando o papai......
A turminha do maternal foi brincar no "parque de plástico", promessa cumprida......
Olha os cabelinhos das meninas, todos para cima! Eletricidade estática.
Momento de apreciação da atividade de recorte e colagem
quarta-feira, 31 de julho de 2013
A TRAJETÓRIA EXPRESSIVA DA CRIANÇA, SEGUNDO MIRIAN CELESTE MARTINS
Segundo Martins (1998), o sistema educacional, as oportunidades oferecidas, os valores culturais e a predisposição genética influenciam de forma intensa nas produções, percepções e concepções artísticas da criança, sendo seu desenvolvimento expressivo organizado em quatro movimentos, cada um tendo uma significação própria. Os gestos, as tentativas, os desenhos e os movimentos rítmicos e corporais da criança pequena podem parecer ações isoladas, mas ela está em atitude de pesquisa, procurando ideias, exercitando sua ação e pensamento, manifestando-se tal exercício , através de garatujas gráficas, sonoras e corporais, provocando-lhe uma imensa satisfação.
Para ela, a teoria de Piaget coloca que as variedades de rabiscos traçados pela criança se modificam com o passar do tempo, tornando-se circulares, triangulares, irregulares, horizontais e verticais. As formas vão se tornando cada vez mais complexas e surgem as mandalas, os sois e os radiais que são a gênese das primeiras figuras humanas. Todo este jogo de exercício está presente nesse Primeiro Movimento que a criança exercita com as diversas linguagens sendo de grande importância para sua vida.
O Segundo Movimento expressivo encontra semelhanças entre vários teóricos do desenvolvimento infantil, como Piaget, e integra o movimento simbólico ao estágio pré-operatório de dois a sete anos de idade. A função simbólica é o centro de processo de ensino aprendizagem. A criança constrói seus símbolos através de suas ações e de diferentes formas de linguagem, fazendo representações por meio de objetos. No desenho, esse processo acontece lentamente, visto que dos rabiscos nascem as primeiras tentativas de desenhar e, posteriormente, da escrita. Se a escola valoriza apenas o sistema da linguagem oral e escrita, ela não irá proporcionar oportunidades para a realização de experiências importantes para a competência simbólica da criança. A arte tem um papel prioritário neste trabalho.
O Terceiro Movimento expressivo corresponde, para Piaget, ao estágio das operações concretas, apresentando avanços consideráveis na compreensão dos conceitos para crianças de 9 a 10 anos de idade. A busca pela representação mais realista leva a criança a preocupar-se com regras e organização no momento de se expressar, refletindo sobre as cores e as formas da realidade. Nesse movimento, há mais autocrítica na comparação com o real, muitas vezes, levando a criança a desistir do seu desenho. Se o ensino de artes não oferecer outras possibilidades de representação, ampliação de referências e de observação, a criança pode sentir-se desestimulada em desenhar.
A produção expressiva do Quarto Movimento acontece na adolescência. Piaget se refere a este período denominando-o de Estágio das Operações Formais, no qual há um refinamento do pensamento abstrato. O adolescente começa a explorar o pensamento sobre o mundo e das emoções, com mudanças de perspectivas na produção artístico-estética. Valorizar o repertório pessoal de cada aluno é essencial para incentivar a imaginação criadora, abrindo espaço para o mundo das artes.
Para Martins (1998), os trabalhos baseados em projetos refletem uma atitude pedagógica fundamentada numa concepção de educação que valoriza a construção do conhecimento, além de ser uma forma de planejar, ensinar e aprender artes. O projeto é uma intenção que exige uma reflexão constante e deve ser continuamente replanejado e avaliado para que os objetivos sejam alcançados. Este modo de trabalhar tem uma dinâmica própria, devendo ser adequado às diferentes realidades de cada turma, não sendo transformado como apenas um método, mas numa atitude pedagógica que envolve investigação e diferentes formas de ensinar e aprender.
A criança se apropria da arte, lendo, produzindo e vivenciando a própria produção. Desenvolve, ainda, competências simbólicas que estimulam a percepção, o pensamento e a imaginação, por meio da expressão artística, aprendendo artes de maneira significativa. A professora deve propor situações de aprendizagem, conduzindo as ações em torno do saber fazer, organizando o ambiente e diversos materiais para que a criança possa refletir sobre suas produções e a dos seus colegas em sala de aula.
Nessa semana a turminha do Maternal participou ativamente de atividades lúdicas e prazerosas.
Desenho com intervenção.
Meus pequenos tem avançado muito nas suas produções.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
DESENHO INFANTIL - LIVRE
Algumas reflexões sobre o desenho infantil. Em minha experiência profissional e lá se vão 22 anos, posso afirmar que concordo com Freinet (1977) quando afirmou sobre os sucessos infantis dos desenhos. Realmente tal motivação faz com que os pequenos repitam o mesmo desenho por várias vezes. Interessante que proponho desenho livre diariamente e percebo que Gabrielly (4 anos) que agora desenha árvores, as repete sempre e Pyetro Emmanuel (5 anos) que aprendeu a desenhar coelhos aos quais eu chamo de “Pernudos” os repete frequentemente também, independente de qualquer outra motivação com histórias, imagens, ilustrações do Livro da Vida. Os coelhos pernudos de Pyetro E. estão sempre sendo aperfeiçoados, assim como as árvores de Gabby.
Depois surge uma semelhança, nasce o primeiro êxito, que a criança repetirá até o automatismo. Seguir-se-ão outras tentativas, obter-se-ão outros êxitos, as tentativas falhadas serão automaticamente abandonadas (FREINET, 1977, p. 23).
Outro autor que também respeito pelos seus estudos, Lowenfeld (1977) me faz crer o quanto sentem-se felizes as crianças enquanto desenham e quantas possibilidades os educadores atentos têm quando sentam-se junto delas. Ás vezes ouço pequenas histórias, músicas delas enquanto desenham. Um momento de puro prazer, sem dúvida alguma.
O desenho representa muito mais que um exercício agradável, no período infantil. É o meio pelo qual a criança desenvolve relações e concretiza alguns dos pensamentos vagos que podem ser importantes para ela. O desenho livre torna-se uma experiência de aprendizagem. (LOWENFELD, 1977, p. 159).
É importante que não coloquemos os carros na frente dos bois, ou seja, que não hajam regras para que a imaginação aliada à coordenação motora se desenvolvam e permitam os riscos, rabiscos garatujas infantis.
[...] por este processo sem regra preestabelecida, sem cópia de modelos, sem qualquer explicação exterior, a criança atinge experimentalmente o domínio do desenho” (FREINET, 1977, p. 28).
Há uma certa experiência própria que venho contextualizando através de pesquisas e ações sobre o desenho infantil: Em 2010, numa turma de crianças de 4 a 6 anos me deparei com uma garotinha já com quase seis anos que me parecia desmotivada ao desenho. Mas como assim, pensei? Sempre incentivei o desenho livre às minhas crianças, então um belo dia precisávamos da ilustração de uma galinha para um plano de trabalho e ela num primeiro momento entusiasmou-se em ser a ilustradora, mas na hora “H” disse: _”Eu não sei desenhar galinha”. Para que o seu entusiasmo não se perdesse, para que o senso de responsabilidade fosse ali cumprido, para que a solidariedade dela com a turma trouxesse sucesso ao plano de trabalho sentei-me com ela e perguntei se já tinha visto uma galinha e ela disse que sim, que conhecia galinhas. Então, peguei uma folha de papel e lápis coloridos e disse a ela que tentássemos desenhar. Sem pensar em regras e técnicas de desenho fui fazendo algumas indagações: “A galinha tem cabeça, corpo, patas”? É grande a sua cabeça, quantas patas ela tem, como é a sua boca? E outras mais, pausadamente. Pedi então que ela começasse a galinha como ela lembrava-se ao tê-la visto. E não é que a galinha “nasceu”? Nasceu também um sorriso grande no rostinho desta menina: um sorriso de satisfação, sucesso, autoestima. Freinet (1977) e Lowenfeld (1977) estão absolutamente corretos quanto ao automatismo, o sucesso fortalecido, a tarefa agradável que é o ato de desenhar e como contribui para a concretização de pensamentos e por consequência, de conhecimento e aprendizados.
Portanto, o método da expressão livre, conforme afirma Freinet (1977) não é uma simples fórmula de arte espontânea onde o educador se limita a observar e a deixar seguir. O educador precisa intervir, mediar, incentivar e assim motivar as crianças em todo aprendizado. Afinal como pedagoga o que mais me encanta é a sensação de conduzir as crianças, rumo a novos horizontes, pensamentos, aprendizados, ou seja, de dever cumprido e incessante no cotidiano escolar.
REFERÊNCIAS
FREINET, Célestin. O Método Natural II - A aprendizagem do Desenho. Lisboa, Editorial Estampa,1977.
LOWENFELD, Viktor. A criança e sua arte. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
STACH, Karin. Conte outra vez: Contos Rítmicos. São Paulo, Editora Antroposófica, 2012.
Créditos ao site aprendendoebrincando
Assinar:
Postagens (Atom)