sexta-feira, 18 de abril de 2014

Páscoa


RESIGNIFICAR NOSSAS PRÁTICAS Quando vemos uma criança de orelhinhas de coelho, narizinho pintado de vermelho e grandes bigodes relacionamos imediatamente com a Páscoa, se no lugar das grandes orelhas estivesse um cocar de penas ou um cocar de e.v.a relacionaríamos com o dia do índio. Desde sempre as escolas, organizam suas atividades pautadas nas datas comemorativas. Esse assunto é muito complicado e as discussões curriculares na educação infantil parecem não ter fim. As escolas não conseguem superar algumas concepções enraizadas que muitas vezes desrespeitam os valores culturais, religiosos, econômicos e éticos da comunidade e do entorno escolar. Uma comemoração escolarizada sem significado, fora do contexto acaba que por muitas vezes estimulando o consumismo infantil. Essa prática acaba fazendo a escola se sentir responsável pela comemoração de datas religiosas (católica) mesmo sabendo que não é a representação da maioria das famílias. Não podemos esquecer que além de ferir a liberdade religiosa podemos excluir os alunos. O que será que nos leva a enfeitar nossos alunos de coelhos, enfeitar nossas paredes com ovinhos, coelhinhos, Papais Noéis, árvores de natal, se a realidade de muitos alunos envolve pobreza, agressão domiciliar, falta de compromisso dos pais e até mesmo o abandono. Como aceitar as festas juninas com fins lucrativos que promovem atividades como “miss e mister caipirinha” que restringem a participação apenas de quem pode pagar? Não é negar o contexto cultural de uma data qualquer, nosso povo é festeiro e as comemorações estão presentes no nosso cotidiano, precisamos sim é refletir sobre qual a importância na composição do currículo escolar. Cada escola deve problematizar a partir da cultura escolar e da cultura do entorno, novas formas de tratamento e configurar novas situações de aprendizagem e vivencias para que a escola como um todo respeite os valores culturais, religiosos, econômicos e éticos. Essa problematização muitas vezes provoca discussões doloridas no grupo. Precisamos resignificar nossas práticas.

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